sábado, 6 de setembro de 2014

CEIA DO SENHOR – UM POR TODOS – TODOS POR UM



I Co 11.23-32
São dois os textos que usamos para falar da ceia do Senhor, este que lemos e outro que está nos evangelhos. Já ensinamos muito sobre a ceia do Senhor, no entanto quero falar nesta noite sobre o significado espiritual de participarmos dela...
A ministra de adoração Ana Paula Valadão, em 1999, compôs uma linda canção onde ela cita o texto do profeta Jeremias, que diz: "Quero trazer à memória aquilo que me dá esperança".
A Ceia do Senhor é uma cerimônia que tem exatamente esse objetivo: trazer à lembrança o importante acontecimento do sacrifício de Jesus. O próprio Senhor estabeleceu esta cerimônia para ser assim, porque lemos em Lucas 22.19 Jesus dizendo: "Façam isto em memória de mim".
Já falamos que é um memorial. Assim como Jesus não estava dando pedaços de seu corpo para os discípulos comerem e nem seu sangue para que bebessem, assim também não acontece hoje, ou seja, o pão não se transforma literalmente no corpo e nem o vinho no sangue de Jesus.
Mas o grande significado da ceia está em que, assim como Jesus fez os discípulos participantes de seu corpo, assim Ele o faz conosco nos dias de hoje.
Quando participamos da ceia cumprimos o que Jesus disse: “este é o novo pacto (ou aliança) em meu sangue”. Passamos com isto a ter parte no corpo, que é a Igreja do Senhor.
Mas antes de passar a lhes detalhar sobre isto quero lhes explanar um aspecto que a muitos deixa curioso.
O que significa: qualquer que comer do pão, ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor?
Muitos irmãos acham simplesmente que esta expressão acima refere-se a ter pecado e então não poder mais participar da ceia. Se alguém está na prática constante do pecado realmente não deve participar da ceia do Senhor, porque a Bíblia diz que “Aquele que é nascido de Deus não peca habitualmente; porque a semente de Deus permanece nele, e não pode continuar no pecado, porque é nascido de Deus.”
Mas não é isto que a Palavra de Deus quer nos dizer sobre participar da ceia. Ela não fala só de pecado. E para compreender isto precisamos recorrer a esta Palavra.
O Corpo de Jesus foi partido para levar consigo os pecados e enfermidades de todos os crentes. Seu sangue foi derramado “para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo:3.16).
A pergunta é: alguém se considera digno de participar da ceia do Senhor? Talvez alguém diga: “Ah! Não me lembro de ter pecado nenhuma vez hoje. Acho que consegui me segurar, então posso participar da ceia”.
Não podemos nos considerar dignos.
Se alguém se considera, está pecando por isso. Paulo mesmo disse quando escreveu a Timóteo: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal” (I Tm 1:15).
Então o que é ser indigno? Irmãos, nossa fé no Cordeiro de Deus é que nos faz salvos. É ela que nos torna dignos de participar. Se você não tem fé para crer que Jesus o ressuscitou dentre os mortos, então não participe.
A Bíblia diz que “sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”. E por esta causa há muitos doentes e muitos que dormem...
Então, participar indignamente é fazer isto sem fé, sem nascer de novo e também sem discernir o corpo do Senhor “Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo do Senhor” (v. 29). 
A ceia também é conhecida por alguns como o momento da comunhão. A palavra comunhão significa “ter em comum”. Ter em comum o quê? O corpo de Cristo.
O apóstolo Paulo escreve em I Co 12.12 algo muito interessante: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.
Não consigo compreender como algum crentes conseguem guardar mágoa de seus irmãos, se fazemos parte de um só corpo... Aí alguns dizem a expressão: eu perdôo, mas vai ficar no meu livro negro.
Diz a pessoa ao seu lado: Só existe um corpo na Igreja, um só Cabeça.. só existe um Pai Celestial, um só batismo espiritual, uma só fé...
Reino dividido não prospera...
Quero encerrar a mensagem de hoje sobre a ceia de uma maneira diferente da que conhecemos habitualmente. Em I João 4:7-8 diz: “Amados, vamos amar uns aos outros, pois o amor vem de Deus. Quem não ama, não conhece a Deus, pois Deus é amor”.
Em I Coríntios 13 diz: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.” O que isso quer dizer? Não adianta falar bonito, saber de muita coisa, se o amor de Cristo não estiver em seu coração... 
O texto de I Corintios 13 continua: “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.” Quer dizer, não adianta ter poder, ser inteligente e poderoso, se o amor de Deus não estiver no coração... 
E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.”  
Não adianta dar esmolas, ou fazer caridade, como se isto pudesse compensar a falta de Cristo no coração, porque as obras devem ser resultado da fé que você tem em Cristo e não o contrário... 
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” 
Olhe para o seu lado...Tem alguém aí que você não consegue nem sequer olhar nos olhos dele ou dela direito?
Olhe para trás...Tem alguém aí que você não consegue nem sequer olhar nos olhos dele ou dela direito?
Olhe para frente...Tem alguém aí que você não consegue nem sequer olhar nos olhos dele ou dela direito?
Faça isto. Examine o seu coração nessa hora... Você consegue olhar para todos os lados, bem nos olhos de teu irmão, da tua irmã? Consegue dizer a todos que os ama de verdade?
Consegue dizer que sente suas dores também? Que ao menos um pouco você se preocupa com ele, com ela? Que você, em hipótese alguma é melhor que ele ou ela? Que nós todos somos como se fôssemos um? Você consegue meu irmão, consegue minha irmã?
Quando nós conseguirmos fazer isto, então seremos aquilo que Jesus espera que sejamos... Não pelos nossos próprios esforços, mas por fé.
O que é por fé? É não olharmos pra nós mesmos, pra nossas capacidades, pra nossa força, pros nossos achismos... Ter fé é como dar um passo no escuro, mas sabendo que a frente está o chão firme, a mão do Senhor pra nos amparar...

Esperar requer tempo



“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” Rm 5:3-5
Esperar não é fácil. Principalmente em tempos onde se nutre uma mentalidade imediatista e onde resultados imediatos nos são constantemente cobrados.
Nos dias de hoje, parece que só tem valor quem “mostra serviço”. A espera às vezes nos torna aparentemente inoperantes, nos traz um sentimento de inutilidade e de estarmos perdendo tempo.
Sim, existem tempos em que é preciso agir e não apenas esperar que algo caia nas nossas mãos. Mas a espera às vezes é necessária. Afinal, ela é uma oportunidade de crescimento, amadurecimento.
Na caminhada da vida, e também na caminhada com Jesus, é necessário amadurecer, progredir, ter menos de si e mais do caráter de Jesus, aprender a ouvir o “não” com a mesma prontidão e simplicidade com que se ouve o “sim”.
Amadurecer é deixar os fundamentos bem firmes para que um “algo mais” possa ser acrescentado (Hebreus 6:1-3). Amadurecer dá trabalho. Exige que estejamos exercitados para saber diferenciar o que é precioso daquilo que é sem valor (Hebreus 5:13).
Talvez para você, assim como para mim, esse processo de espera e amadurecimento esteja levando mais tempo que você esperava. Ah como é frustrante quando cometemos os mesmos erros e precisamos ser exercitados e provados por Deus novamente!
A boa notícia é que ele não nos ama mais ou menos por causa do nosso nível de maturidade. Ele nos ama assim como ama seu filho Jesus. Ele nos vê através do sacrifício eterno de Cristo.
Todos nós, em algum tempo de nossa vida, já esperamos ou esperaremos por alguma coisa. Por um emprego, um amigo, uma cura, um casamento, um filho... Por mais que já tenhamos realizado inúmeros sonhos em nossa vida, muitos outros certamente virão.
Sempre teremos a necessidade de algo novo, pois quanto mais temos, mais queremos. E nesse anseio, esperamos.
Esperar requer tempo – tempo este que nem sempre depende de nós e que muitas vezes não estamos dispostos a esperá-lo. Esperar requer fé, o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. Esperar requer, sobretudo, confiar em Deus que, muitas vezes, trabalha em silêncio.
Aqueles que entendem o propósito da espera são capazes de esperar com alegria a despeito do quão difícil isso seja, porque se fortalecem em Deus. Outros, no entanto, aprendem da maneira mais difícil, porque tentam “apressar Deus”, acreditam que podem ajudar Deus a agir, e o resultado é sempre desastroso.
A Palavra do Senhor nos revela, no Salmos 103.14, que ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. Somos tão frágeis! Você já viu como o dicionário define a palavra “pó”? Como “uma finíssima partícula de terra seca; qualquer coisa sólida que foi submetida a moagem, a trituração”. Assim somos nós: terra seca, sedenta de água, moídos e triturados.
Nessa nossa fragilidade, somos desafiados a esperar o tão sonhado emprego, o tão sonhado casamento, o tão sonhado filho. É por isso que há uma promessa maravilhosa nos Salmos 126 dizendo que quando o Senhor nos trouxe do cativeiro de volta a Sião ficamos como quem sonha, porque nossa língua se encheu de cantos de alegria e assim os povos diziam “grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres”.
Nossa vida de espera, está debaixo da lei espiritual que diz que tudo aquilo que o homem semear, isto também ceifará (Gl 6.7). É uma questão de escolha. Se esperamos no Senhor, do Senhor receberemos. Se esperamos do mundo, do mundo receberemos.
 No entanto, Deus quer vivamos a promessa do Salmos 126, que diz: “Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.” (Salmos 126.5-6).
Temos que ser como sementes que, para brotarem, têm que morrer. Para brotar, a semente precisa crescer e se tornar uma árvore; precisa ser bem cuidada, necessita de água, de calor, de oxigênio, de elementos que darão a vida para que ela sobreviva, cresça e dê muitos frutos.
Assim como a semente depende de alguém que cuide dela a fim de que ela cresça, assim também nós dependemos do Senhor – da sua luz, do seu calor, do seu sopro para crescermos e darmos frutos no tempo devido.
Tudo é uma questão de tempo. A diferença entre nós e uma simples semente é que ela não tem vontade própria, ou seja, ela não tem como dizer ao seu Criador: “Não quero que você cuide de mim”. Nós, porém, temos esse poder de decisão.
Quando esperamos algo de Deus, dizemos a ele: “Está demorando demais. Não quero que cuide de mim, posso me virar sozinho”. Nós buscamos isso, e isso é o que vamos colher.
Quais são as nossas condições hoje para recebermos a promessa? Será que estamos prontos para recebermos aquilo que Deus já reservou para nós? Você está preparado para colher os frutos da promessa? O que você fará depois com eles?
Muitos quando recebem uma bênção, se esquecem de Deus, de continuar buscando a presença dele, de forma intensa, quando o faziam no período de espera. Será que podemos dizer: “Senhor, muito obrigado por esta bênção. Continuo confiando em ti. Agradeço por continuar a confiar em mim!”?
É preciso morrer como a semente. Morrer para si mesmo e ter a esperança de colher os frutos no tempo devido. Morrer para o mundo, se ver como pó; crer e esperar que a bênção de Deus enriquece e não acrescenta dores.
Deus sabe esperar.
Isso porque ele conhece os tempos, tem nossa história em suas mãos soberanas e garante que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam.
O nosso Deus ainda continua transformando vales em mananciais, desertos em pomares, noites escuras em manhãs cheias de luz, vidas esmagadas pelo sofrimento em troféus da sua generosa graça.
A presença de Deus é real, embora não vista; a presença de Deus é constante, embora nem sempre sentida; a presença de Deus é restauradora, embora nem sempre reconhecida.
Deus não nos livra de sermos humilhados, mas nos exalta em tempo oportuno... Deus não nos poupa de sofrermos injustiças, mas nos dá poder para triunfar sobre elas através do perdão...
Há um plano perfeito sendo traçado no andar de cima. Deus está no controle. Ele está vendo o fim da história. Ele vai tecendo os fios da história de acordo com o seu sábio propósito.
Os dramas da nossa vida não apanham Deus de surpresa. Os imprevistos dos homens não frustram os desígnios de Deus.
Deus jamais desampara os que confiam nele. Ele não nos poupa dos problemas, mas caminha conosco nos problemas.
Quando passamos pelo vale da sombra da morte, ele vai conosco... Quando passamos pelas ondas, rios, fogo – ele vai conosco... Jesus prometeu estar conosco sempre, todos os dias da nossa vida, até a consumação dos séculos.
Por isso o esperar é uma virtude de quem tem olhos no futuro invisível, ao invés de focar no imediato que está diante dos olhos.
Só quem crê, conhece e confia no caráter de Deus, é capaz de esperar. A esperança é fruto de uma visão e expectativa da eternidade perfeita em Jesus.
Só esperamos com paciência por aquilo que realmente vale à pena. E por Jesus vale à pena esperar. Nele nossas esperanças jamais serão frustradas, jamais se perderão. Ele próprio é a recompensa mais que perfeita para aquele que espera.
Que a visão do nosso futuro em Jesus seja ampliada, para que as dores e as renúncias da espera não nos amargurem.
Confie em Deus quando as coisas estiverem no seu pior estágio. Espere e confie. A tempestade vai passar. O sol vai voltar a brilhar...
Saiba que Deus tem grandes propósitos em vista na sua vida e esta história ainda não acabou.

O sonho de Jacó



Gn 28.11-20
Às vezes, em nossa caminhada, nos pegamos cansados, pensando em desistir. O desânimo diante das situações difíceis é algo bastante humano. E algumas vezes ele acontece porque nós mesmos, não conduzindo bem o rumo de nossas vidas, nos metemos em situações problemáticas, para as quais achamos difícil encontrar a saída.
Deus pode transformar nossa vida.
Ele deseja isso e está disposto a agir por nós. Assim aconteceu com Jacó. Desde o seu nascimento, Jacó era uma daquelas pessoas por quem não damos nada. Ao sair do ventre materno, ele segurava o calcanhar do irmão, razão pela qual o chamaram Jacó, que significa “trapaceiro” (Gn 25.26).
Toda sua vida foi baseada no engodo e no “levar vantagem”. Foi assim que ele trocou com o irmão uma sopa de lentilhas pelo direito de ser o filho mais velho (Gn 25.34) e, portanto, receber a herança. Também foi assim que ele enganou o pai para obter a bênção (Gn 27.35).
Por causa disso, seu irmão o jurou de morte e foi assim que Jacó fugiu de casa, indo parar neste lugar onde lemos que dormiu e teve um sonho. Neste sonho, Deus lhe fez promessas, ainda que Jacó fosse uma pessoa cujo caráter mostrava claramente a necessidade de transformação.
Isso mostra o grande amor de Deus pelo ser humano. Ele nos amou, sendo nós ainda pecadores, destituídos da experiência da santificação e da conversão (1Jo 4). Jacó teve um sonho especial num momento muito difícil de sua vida, mas seu sonho nos inspira a confiar em Deus, mesmo quando pecamos e nos sentimos fora de sua graça. O chamado de Deus é para algo novo e transformador para cada um de nós...
Uma pedra por travesseiro (v.11)
Jacó era um fugitivo. Andando meio que sem rumo, ele pára para descansar. Não há nada com que se arranjar e ele toma uma pedra para fazê-la de travesseiro... Que dureza! Imagino que ele não esperava ter uma noite agradável de descanso, deitado em algo tão duro e impróprio!
Talvez ele tenha ficado olhando para o céu, pensando em como colocar a vida em ordem... A insônia é um grave problema para muitas pessoas quando passam por dificuldades. É difícil ter um sono tranqüilo quando tudo parece estar errado ao nosso redor.
Mesmo o travesseiro mais fofo parece duro como pedra! Não é aconchegante, nem reconfortante. Acordamos sentindo todo o corpo doer e passamos um dia difícil. Talvez fosse isso o que Jacó esperava que fosse lhe acontecer...
O que tem tirado seu sono hoje? O que tem prejudicado suas noites de descanso?
Talvez você se sinta tão encrencado na vida quanto Jacó e pense que só tem pedras para dormir, que sua cama jamais será fofa e agradável...
Talvez você se deite antecipando os pesadelos e tenha esquecido como é bom ter um sonho agradável. Mas Deus está com você no seu caminho, mesmo que você pense que não. Deus tem um sonho para você sonhar!
Dormindo, sonhou e eis uma escada posta na terra, cujo topo tocava o céu (v.12)
Mesmo tendo uma pedra por travesseiro, Jacó dormiu e sonhou um sonho bom e agradável. Neste sonho, Jacó vê uma escada. Não parece nada de mais a princípio. Sonhar com uma escada. Mas há algo a mais nesta escada...
Se não, vejamos: ela está posta na terra – o fato de “estar posta” significa que alguém a colocou lá. Isso designa vontade, propósito. A escada não está ali por acaso, mas foi posta. Posta na terra – essa frase indica a origem da escada, ela vem do alto e está posta na terra. E seu topo toca o céu... 
Sempre me deslumbro pensando nisso: não se diz onde é que a escada está apoiada. Não se fala de um andaime ou estrutura que a sustente. E ela é muito alta para chegar ao alto... Este sonho nos fala dos impossíveis de Deus que se tornam acessíveis a nós. Onde não havia apoio, Deus põe uma escada.
Existem situações que se apresentam sem saída, estamos no fundo do poço, como Jacó estava e ali, no fundo do poço, Deus põe uma escada sem o auxílio de mãos humanas, aleluias!!!
Mas é preciso sonhar para ver a escada que Deus põe. O pessimismo de muita gente impede que essas pessoas vejam as saídas que Deus oferece para elas ao longo de suas vidas. Elas estão concentradas na dureza dos seus travesseiros, enquanto o Senhor nos fala para sonhar. Essa é uma das promessas contidas no derramamento do Espírito Santo: a capacidade de sonhar (Joel 2).
Existe uma saída vinda do alto para nossas vidas.
A escada é alta, mas é viável, pois os anjos sobem e descem por ela, mostrando a Jacó que é possível subir por ela em segurança. Os anjos estão ali como que para encorajar Jacó em sua própria subida. São guardiões dessa escada e do próprio Jacó.
O recado de Deus para Jacó e para nós é esse: Suba! O que eu tenho para você é um lugar acima desse em que você está! A saída é viável, é divina, é de confiança!
E o Senhor estava ao lado (v.13)
Na minha Bíblia, a expressão aparece assim: “o Senhor estava ao lado”. Não diz se ele estava ao lado da escada ou ao lado de Jacó. Outras traduções dizem que o Senhor estava no topo da escada... Todas essas expressões significam, porém, uma só e a mesma coisa: Deus estava por perto. Ele não manda o socorro, ele vem junto com ele!
Deus não mandou a escada, mas veio com ela! A companhia direta de Deus é sua promessa constante ao seu povo: estarei contigo! E ao estar ao lado, Deus fala a Jacó que ele não era um desconhecido: “eu sou o Deus de teu pai, Abraão, e de Isaque”, quer dizer, eu sou o Deus de sua família, o Deus da sua casa, o Deus de quem você sempre ouviu falar.
As pessoas vivem os dias de hoje em busca de muitas novidades. Mas o Senhor, embora nos dê novidade de vida, quer nos falar daquilo que também já conhecemos. Ele quer nos mostrar que já faz parte de nossa história... Assim, Jacó é relembrado de que a presença de Deus já estava em sua família antes mesmo de ele nascer!
Não te deixarei, até que cumpra o que tenho falado... (v.15)
Deus tem um propósito para cada um de nós e este propósito é nossa salvação, nosso bem-estar, nossa santificação. Ele nos chamou para isso e nos criou para boas obras (Ef. 2.10). Portanto, Deus não desiste de nós durante todo o tempo de nossa vida.
Havia muito o que fazer no caráter de Jacó. Ele passou por muitas coisas para aprender a honestidade e a retidão. Ele teve de fazer todo um caminho de volta. Mas Deus prometeu que estaria com ele.
Às vezes pensamos que ser abençoado é ser liberto dos problemas de modo instantâneo, mas para ser um vencedor é preciso, efetivamente, vencer os obstáculos. Deus quer moldar nosso caráter, por isso ele nos faz ir por todo o caminho que sabe ser necessário.
Mas ele promete estar conosco ao longo do percurso. Foi o que aconteceu com Jacó. Ele peregrinou em terras estrangeiras, passou por muitas situações, constituiu sua família. E no momento certo, Deus o trouxe de volta ao mesmo lugar de onde tinha saído, mas sob uma nova condição, com um novo caráter, uma vida amadurecida e transformada.
E Jacó fez um voto (v.20)
Jacó, despertando de seu sono, percebeu que o lugar onde estava era a casa de Deus! Ele ficou assustado com essa descoberta e disse: “Deus estava aqui e eu não sabia”.
Pode ser que em nossas dificuldades, muitas vezes digamos algo similar: “Deus não me ouve”, “Parece que Deus me abandonou”, “Eu me sinto só”... Mas esses sentimentos são, enganosos. Deus nunca nos deixa, nem nos abandona. Nós é que não sabemos que ele está ali! Era o lugar onde Jacó estava, portanto, era ali que Deus estava também.
Não importa onde você esteja, tenha certeza de que Deus também estará ali. Ele mora onde você mora e anda por onde você anda. Ele permanece com você a todo o tempo.
Deus deu a Jacó um sonho, mas era tempo de despertar e seguir adiante, desta vez com a confiança da companhia divina. O travesseiro da fuga desesperada se transformou em altar.
Somos convidados a fazer como Jacó e transformar o nosso problema em altar para a ação de Deus. O travesseiro, símbolo da noite maldormida de sua vida, pode se transformar num marco para sinalizar o momento em que Deus lhe deu um sonho para sonhar e viver.
Jacó chamou àquele lugar Betel, casa de Deus, porta do céu. E ele fez um voto de que, se Deus fosse com ele, e o preservasse no caminho e o fizesse voltar, ele também seria fiel ao Senhor.
Conclusão
Depois de vários anos, Deus trouxe Jacó de volta à sua casa. Mas antes de entrar em sua terra, Jacó precisou atravessar um ribeiro. Ali, ele lutou com um anjo a noite toda. Pela manhã, ele disse ao anjo: “Eu não deixarei você ir se não me abençoar”. E o anjo mudou o nome de Jacó, o trapaceiro, para Israel, príncipe de Deus.
Quando Deus trouxer a mim e a você ao lugar que ele tem para nós, ele também nos dará um novo nome, um novo caráter. Essa promessa está no livro de Apocalipse. Mas para isso temos de ser transformados, como Jacó foi. Ele pediu perdão a Esaú e reconciliou-se com sua família. Deus faz uma transformação completa no caráter de Jacó, preparando-o para viver à altura do novo nome recebido.
Deus quer fazer o mesmo por nós. Ele nos assiste em nossas tribulações. Ele sabe a dureza do nosso travesseiro. Ele nos dá um sonho para sonhar. Ele nos mostra uma saída do alto. Ele promete estar conosco durante todo o tempo. E ele nos traz de volta num novo patamar de vida, de espiritualidade e de salvação.
Como fez com Jacó, Deus quer fazer conosco. Nossa parte é entrar em aliança com ele, como Jacó fez. O resto é com o Senhor. Nossa fidelidade será recompensada com uma vida abençoada, na qual as batalhas poderão ser vencidas com o vigor de uma fé que conhece o Deus verdadeiro.
Sonhe e viva os sonhos que Deus tem para você. Transforme as pedras de sua vida em altar ao Senhor. Suba a escada que Deus põe para você e veja os anjos a seu redor. A vida pode ser uma grande bênção, se tão somente permitirmos que o Senhor cumpra em nós seus planos supremos.

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