sábado, 6 de setembro de 2014

UM DEUS QUE RESSUSCITA




Jo 11.1-57
Este é o último grande milagre público de Jesus. Foi realizado na última semana de Jesus antes de ser preso e morto na cruz. Este texto nos fala de um Deus que ressuscita sonhos, que realiza milagres.
Lázaro mesmo sendo amigo de Jesus ficou doente. A família de Betânia era amada por Jesus. Ele amava a Marta, Maria e Lázaro, mas mesmo assim, Lázaro ficou enfermo.
Se Jesus amava a Lázaro por que permitiu que ele ficasse doente? Por que permitiu que suas irmãs sofressem? Por que permitiu que o próprio Lázaro morresse? Aqui está o grande mistério do amor e do sofrimento.
Muitas vezes, as crises são inevitáveis em nossas vidas. Marta e Maria fizeram a coisa certa na hora da aflição. Buscaram ajuda em Jesus. Elas sabiam que Jesus mudaria a agenda e as atenderia sem demora.
Elas buscaram ajuda na pessoa certa. Quem ama tem pressa em socorrer a pessoa amada. Hoje dizemos: Jesus, aquele a quem amas está com câncer. Jesus, aquele a quem amas está se divorciando... Jesus, aquele a quem amas está desempregado.
Muitas vezes, as crises em nossas vidas podem aumentar. Lázaro piorou e chegou a morrer. Há momentos que somos bombardeados por problemas que escapam ao nosso controle: enfermidade, perdas, prejuízos, desemprego. Oramos e nada acontece. Aliás, piora. Queremos alívio e a dor aumenta. Queremos subir, e afundamos ainda mais.
Jesus poderia ter impedido que Lázaro ficasse doente e podia também curá-lo à distância. Ele já havia curado o filho do oficial do rei à distância. Por que não curou seu amigo a quem amava? A atitude de Jesus parece contradizer o seu amor.
Os judeus não puderam conciliar o amor de Cristo com o sofrimento da família de Betânia (v. 37) – Eles pensaram que amor e sofrimento não podiam andar juntos.
Se Jesus nos ama, por que sofremos? Se Jesus nos ama, por que passamos pela aflição. Se ele é todo-poderoso, por que não nos livra do sofrimento? Por que um filho de Deus fica doente, perde o emprego, sente dor?
O Pai amava o Filho, mas permitiu que ele bebesse o cálice do sofrimento e morresse na cruz em nosso lugar.
O fato de Jesus nos amar não nos torna filhos prediletos. O amor de Jesus não nos garante imunidade especial contra tragédias, mágoas e dores. Jesus nunca prometeu uma explicação, prometeu ele próprio, aquele que tem todas as explicações.
Ao invés de mudar sua agenda para socorrer Lázaro, Jesus ficou ainda mais dois dias onde estava. Em vez de ir, manda apenas um recado: “Esta enfermidade não é para a morte, mas para a glória de Deus”, mas Lázaro morreu.
Marta precisou lidar não apenas com a doença do irmão, mas também com a demora de Jesus. Por que ele não veio? Será que ele virá? Será que ele nos ama mesmo? Muitos passaram a censurar a demora de Jesus.
Marta oscilou entre a fé e a lógica. Pois como entender as palavras de Jesus: “Esta enfermidade não é para a morte, mas para a glória de Deus” se quando o mensageiro a entregou a Jesus, Lázaro já havia morrido? Ela duvidou. Ela se angustiou.
A demora de Jesus a deixou frustrada, quase decepcionada (v. 21).
A distância entre Betânia e onde Jesus estava dava mais de 32 Km. Levava um dia de viagem. O mensageiro gastou um dia para chegar a Jesus. Logo ao sair de Betânia Lázaro morreu. Quando deu a notícia a Jesus, Lázaro já estava morto. Jesus demora mais dois dias. E gasta outro dia para chegar. Quando chegou, Lázaro já estava sepultado há quatro dias.
Jesus sabe a hora certa de agir
Ele age segundo o cronograma do céu e não segundo a nossa agenda. Ele age no tempo do Pai e não segundo a nossa pressa. Quando ele parece demorar, está fazendo algo maior e melhor para nós.
Marta e Maria pensaram que Jesus tinha chegado atrasado, mas ele chegou na hora certa, no tempo oportuno de Deus (v. 21,32).
Jesus não chega atrasado. Ele não falha. Ele não é colhido de surpresa. Ele conhece o fim desde o princípio, o amanhã desde o ontem. Ele enxerga o futuro desde o passado. Ele sabia que Lázaro estava doente e que Lázaro já estava morto. Ele demorou mais dois dias porque sabia o que ia fazer.
Deus não trabalha no nosso tempo (cronos), Ele trabalha no tempo dEle (kairós)
Jesus não está preso às categorias do nosso tempo. Marta crê no Jesus que poderia ter evitado a morte (v. 21) - Passado. Marta crê no Jesus que ressuscitará os mortos no último dia (v. 23-24) – Futuro. Mas Marta não crê que Jesus possa fazer um milagre Agora. Marta vacila entre a FÉ (v. 22) e a lógica (v. 24).
Somos assim também. Não temos dúvida que Jesus realizou prodígios no passado. Não temos dúvida de crer que ele fará coisas tremendas no fim do mundo. Mas nossa dificuldade é crer que ele opera ainda hoje com o mesmo poder.
Talvez essa seja a sua maior angústia.  Você tem orado pelo seu casamento e o vê mais perto da dissolução. Você tem orado pela conversão do seu cônjuge e o vê mais endurecido. Você tem orado pelos seus filhos e eles continuam mais distantes de Deus. Você tem orado pelo seu emprego e ele ainda não surgiu. Você tem orado pela sua vida emocional e ainda ela parece um deserto.
Ah se tudo fosse diferente – Passado e Futuro – O grande erro do “Ah se fosse diferente” das duas irmãs, foi omitir o poder presente do Cristo vivo. Marta vivia ou no passado ou no futuro. Mas é no presente que o tempo toca a eternidade. Não podemos viver de lembranças que já passaram nem apenas das promessas que ainda são futuro.
Precisamos crer hoje. Jesus não é o grande EU ERA nem o grande EU SEREI. Ele é o grande EU SOU. Nesse evangelho ele diz: “Eu sou o pão da vida”, “Eu sou a luz do mundo” , “Eu sou a porta”, “Eu sou o bom pastor”, “Eu sou a ressurreição e a vida, “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “Eu sou a videira verdadeira”.
Jesus se identifica com a nossa dor
As lágrimas de Jesus revelam sua humanidade, sua compaixão, seu amor (v. 36). Jesus se importa com você e com sua dor. Ele não é Deus distante, nem Deus impessoal, nem o Deus fatalista. Ele não é o Deus morto, pregado numa cruz nem o Deus legalista, xerife cósmico dos fariseus.
Ele é o Deus Emanuel. Ele chora com você. Ele sofre por você. Ele se importa com você. Ele se identifica com você. Ele é o Deus que chora, que sofre, que terapeutiza a nossa dor.
Jesus sabe o que é a dor do sem teto – pois ele não tinha onde reclinar a cabeça. Jesus sabe o que é dor da pobreza. Ele conhecia a linguagem dolorida do salário mínimo.
Jesus sabe o que é a dor da solidão – nas horas mais difíceis ele estava só. Foi deixado só no Getsêmani e na cruz.
Jesus sabe o que é a dor da perseguição – Foi caçado por Herodes, vigiado pelos fariseus, odiado pelos escribas e entregue pelos sacerdotes. Jesus sabe o que é a dor da traição – traído pela multidão que o aplaudiu. Traído por Judas, negado por Pedro, abandonado pelos discípulos. Jesus sabe o que é a dor da humilhação – Foi preso, espancado, cuspido, deixado nu, pregado na cruz como criminoso. Jesus sabe o que é a dor da enfermidade – Ele tomou sobre si a nossas dores e as nossas enfermidades.
Jesus sabe o que é a dor da morte – Ele suportou a morte em nosso favor.
Aquele que enxuga as nossas lágrimas chora conosco
Jesus não apenas está presente com você em seu sofrimento, ele se compadece de você, chora com você. Jesus chorou em público, diante de uma multidão, condoendo-se daquela família enlutada.
Ele chegou ao ponto de descer ao Hades, em sua identificação com a nossa dor.
Tirai a pedra – Só Jesus tem o poder para ressuscitar um morto. Isso ele faz. Mas tirar a pedra e desatar o homem que está enfaixado, isso as pessoas podem fazer e ele as ordena que façam.
Jesus chama a Lázaro da sepultura. Se Jesus não tivesse mencionado o nome de Lázaro, todos os mortos sairiam do túmulo. Mas, Lázaro mesmo morto pôde ouvir a voz de Jesus.
Tirar a pedra significa enfrentar uma situação que não queremos mais mexer. É tocar em situação que só vai nos trazer mais dor. É abrir a porta para algo que já cheira mal. Temos medo de enfrentar o nosso passado de dor. Ao enfrentar o mau cheiro de um túmulo aberto Jesus orou.
Lázaro agora estava vivo, mas com vestes mortuárias. Seus pés, suas mãos e seu rosto estavam enfaixados. Precisamos nos despir das vestes da velha vida. Precisamos nos revestir das roupagens do novo homem. Precisamos ajudar uns aos outros a remover as ataduras que nos prendem.
Precisamos ajudar uns aos outros a remover as ataduras do passado. Somos uma comunidade de cura, e restauração. Precisamos começar esse processo em primeiro lugar em nosso lar. Há ataduras que nos prendem ao passado: hábitos, pecados, vícios, costumes que nos limitam e tiram a nossa liberdade e a nossa ação. Soltem os seus filhos, deixem que eles cresçam. Há tempo de atar e tempo de desatar.
Jesus quer não apenas que encontremos a solução, mas que nos tornemos a solução. Em vez de duvidar, de questionar, de lamentar, Marta deveria crer. A porta do milagre é aberta com a chave da fé.
Tudo que Jesus ensinou e fez foi para a glória de Deus. A glória do Pai era o seu maior projeto de vida. Ele veio revelar o Pai. Ele veio para mostrar como é o coração de Deus. Ele nunca fugiu desse ideal.
A morte de Lázaro era uma oportunidade para que o Pai fosse glorificado. A ressurreição de um morto é um milagre maior do que a cura de enfermo. A ressurreição de um morto de quatro dias é maior do que a ressurreição de alguém que acabou de morrer.
A coisa mais importante em nossa vida não é sermos poupados dos problemas, mas glorificarmos a Deus em tudo o que somos e fazemos.
Quando somos confrontados pela doença, desapontamento, demora, nosso único encorajamento é saber que vivemos pela fé e não pelo que vemos.
Na hora da crise, Deus quer despertar a sua fé
O milagre não é um fim em si mesmo, ele tem o propósito de abrir portas para a fé salvadora e avenidas para uma confiança maior em Deus. Os milagres de Cristo sempre tiveram um propósito de revelar verdades espirituais.
Quando ele multiplicou os pães, queria ensinar que ele era o Pão da Vida. Quando curou o cego de nascença, queria ensinar que ele era a Luz do Mundo. Quando ressuscitou Lázaro, queria ensinar que ele é a ressurreição e a vida.
Jesus tinha o propósito de fortalecer a fé de seus discípulos. Jesus tinha o propósito de que Marta cresse, antes de ver a glória de Deus. Jesus tinha o propósito de despertar fé salvadora nos judeus que estavam presentes junto ao túmulo de Lázaro. Jesus tinha o propósito de proclamar que a vida futura só pode ser alcançada pela fé nele e que a morte não tem a última palavra para aqueles que nele crêem.
Concluindo, talvez você esteja hoje passando por uma aflição como Lázaro, Marta e Maria. Talvez há alguém enfermo na sua casa. Talvez você tem orado pela cura,  talvez você espera a intervenção de Jesus, talvez as pessoas cobrem de você, por que Jesus ainda não atendeu o seu clamor.
Saiba de uma coisa: Jesus nunca chega atrasado. Ele não é apenas o Deus que fez e fará. Ele é o Deus que faz. Ele chora com você. Ele se importa com você e ele faz o impossível para você.
Para socorrer você ele deu sua própria vida. Para salvar você ele desceu ao hades: foi preso, condenado e pregado na cruz.
Ainda que seu problema seja impossível, ainda que seu Lázaro esteja sepultado há quatro dias, creia e você verá a glória de Deus!

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