segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CEIA DO SENHOR – SIMPLES E PRECIOSA (I Co 11:20-34)

A Ceia, o único memorial de Cristo instituído para esta dispensação, apresenta duas características aparentemente contraditórias: simples e preciosa.
O Novo Testamento contém quatro relatos da instituição da Ceia: Mateus 26:26-28; Marcos 14:22-24; Lucas 22:19-20; I Coríntios 11:20-34.
Apesar do lugar de destaque que a Ceia ocupa nos corações daqueles que amam a Cristo (e com toda razão), é interessante notar que a Palavra de Deus destaca a simplicidade desta celebração.
O Novo Testamento fala relativamente pouco acerca duma reunião tão preciosa; não porque a Bíblia desconhece a importância da Ceia, mas para enfatizar que esta reunião só é preciosa devido ao Senhor do qual ela fala.
Afirmamos que a Ceia é uma REUNIÃO SIMPLES por 3 motivos:
1º Motivo – A Ceia foi Instituída num contexto simples
As quatro narrativas da instituição da Ceia mostram que ela foi instituída de uma forma bem simples, sem qualquer ostentação.
O Senhor não preparou um ambiente especial, e nem mesmo preparou, de antemão, seus discípulos, avisando-os de que iria instituir esta reunião.
Eles estavam reunidos para outro propósito e não para a instituição da Ceia, mas para a celebração da Páscoa. E no meio daquela festa dos judeus, sem qualquer aviso prévio, o Senhor instituiu a Ceia.
2º Motivo – A Ceia foi Realizada com elementos simples
Ao fazer isto, Ele não utilizou-se de alguma coisa cara e especial, mas de dois elementos simples, que estavam em abundância ali sobre a mesa. Ele tomou, simplesmente, um pão e um cálice.
Não eram elementos trazidos especialmente para a ocasião, eram elementos trazidos ali devido à festa da Páscoa, e que Ele aproveitou para instituir a Ceia.
Todos os anos havia pães e cálices sobre a mesa na festa da Páscoa. O Senhor usou aquilo que estava ali à Sua disposição.
3º Motivo – A Ceia foi Realizada de forma simples
Toda a cerimônia é marcada pela simplicidade: "O Senhor Jesus tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei: isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim." Só isto!
Eu reconheço que este ato aparentemente tão simples é repleto de instrução e solenidade. Mas repare este fato: do ponto de vista da liturgia, do ritual, da forma de celebração, a Ceia não poderia ser mais simples! Sabe por quê?
O Senhor poderia ter levado Seus discípulos para algum lugar especialmente preparado, avisando-os de que o propósito de sua reunião seria a instituição de algo muito importante... Poderia ter usado elementos atraentes e caros... Poderia ter estabelecido um ritual requintado e atraente, mas não o fez. Já na Velha Aliança foi assim.
As instruções para a construção do Tabernáculo foram dadas no monte Sinai, no meio de vozes, trovões e relâmpagos. A construção foi feita com materiais caros como ouro, e era de uma beleza impressionante (no seu interior).
E não era de qualquer forma que os sacerdotes oficiavam; havia muitos rituais relacionados com a adoração no Tabernáculo. Mas a instituição da Ceia está em contraste com todo este ritual do Velho Testamento.
No meio da festa da Páscoa, sem qualquer aviso prévio, usando elementos comuns e normais, o Senhor institui uma celebração extremamente simples. Nada de rituais, nada de pompa e glória humana. Apenas uma cerimônia simples.
A razão é que a Ceia não é uma reunião para provocar admiração em ninguém devido à beleza de seus rituais e cerimônias. Não foi instituída para atrair, de qualquer forma, a carne (que sempre gosta da pompa dos rituais tradicionalistas).
É, pelo contrário, uma reunião que, quando celebrada em sua simplicidade original, impressiona qualquer pessoa espiritual presente, por trazer à memória a pessoa do Senhor Jesus. Ele é o motivo e a razão de ser desta celebração.
Ela impressiona quem já pertence a Cristo e O ama, mas não tem nada para agradar ou atrair o incrédulo. É uma celebração simples, porque a importância está na Pessoa de quem lembramos. O valor não está nos símbolos, mas na Pessoa de quem estes símbolos falam.
Um ritual requintado, uma celebração bela e atraente chamaria toda a atenção para si, desviando nossa atenção do Senhor. A simplicidade da Ceia não ofusca, mas destaca a glória do Senhor.
Por este motivo, devemos zelar pela simplicidade desta reunião. Abandoná-la significa desonrar o Senhor. Não podemos permitir que nada e nem ninguém chame para si a atenção durante a Ceia.
Afirmamos que a Ceia é também uma Reunião Preciosa
Apesar de extremamente simples, a instituição da Ceia nos lembra que é, também, uma reunião das mais preciosas para o cristão. O homem só sabe valorizar o exterior, mas esta reunião, que não tem nada para atrair a carne, nada para impressionar o ser humano, é preciosa para toda aquele que é salvo.
O principal motivo pelo qual celebramos a Ceia é para lembrar do Senhor. Três vezes lemos estas palavras ditas pelo Senhor: "Em memória de Mim". Pode haver ocupação mais nobre, mais preciosa, para um cristão do que lembrar do seu Senhor?
Lamentavelmente a correria do dia a dia torna-nos tão esquecidos. Durante a semana, lembramos do Senhor muito menos do que deveríamos. Por isso esse momento aqui é precioso.
Estarmos reunidos aqui não para aprender nem ensinar; não para pedir nem agradecer por orações respondidas; não para exortar nem consolar; estamos aqui somente para lembrar, lembrar daquele que representa tudo para nós.
Quanto mais importante uma pessoa, mais importância terá qualquer coisa feita em memória desta pessoa. E se tratando do Senhor Jesus Cristo, aquele que é "mais sublime do que os céus" (Hb. 7:26), percebemos um pouco da importância de celebrar a Ceia, pois ela é em memória dEle.
Outra indicação da importância da Ceia está no juízo solene pronunciado sobre aqueles que participarem indignamente (I Cor. 11:27-34).
Aos olhos de Deus, participar indignamente torna alguém "culpado do corpo e do sangue do Senhor". Quem participa indignamente "come e bebe para sua própria condenação".
A Ceia é preciosa aos olhos de Deus, e Ele não permite que alguém participe indignamente sem sofrer as conseqüências. Não é um acontecimento qualquer, onde qualquer um pode chegar de qualquer forma. É algo precioso para Deus, pois fala da morte do Seu Filho Unigênito, e deveria ser precioso para nós também.
(Mensagem ministrada no culto do dia 30 de janeiro às 19h30 pelo Pr. Conde)

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