segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O Propósito da Ceia: comunhão íntima do Corpo com Deus (I Co 10.16,17)

A Ceia do Senhor é um sinal visível, no qual o Cristo crucificado é colocado diante de nós; é a ordenança do Novo Testamento pela qual, recebendo o pão e o vinho, temos comunhão com Cristo, sendo nós participantes da Sua carne e sangue e dos benefícios que advêm da Sua morte.
A Igreja que é o resultado do corpo de Cristo tem três características importantes: Unidade, diversidade e Mutualidade. Como povo de Deus, devemos viver em união com Deus e com o próximo.
Comunhão quer dizer "ter algo em comum". Ao vivermos unidos (unidade), edificamos a nós mesmos (mutualidade), pois cada um possui dons específicos (diversidade).
Quando falamos em unidade da igreja devemos compreender que essa unidade refere-se a um organismo vivo cujos membros são diferentes um dos outros, e é nessa diversidade que surge a possibilidade de ajudarem-se mutuamente.
A Bíblia ensina que, desde o princípio, o Senhor tomou todas as providências para que o homem desfrutasse de comunhão com Ele.
Diariamente, nossos primeiros pais esperavam pelos momentos em que o Senhor vinha ao encontro deles, para a mais preciosa experiência de compartilhamento que o ser humano pode ter: de comunhão íntima com Deus.
O propósito de Deus não mudou, mas o pecado criou obstáculo para essa experiência. O homem, em estado de pecado e rebelião contra Deus, está impedido de qualquer participação mútua com Ele.
Não se admite comunhão entre a luz e as trevas
Não podemos nos esquecer de que existe exclusividade na comunhão. A Bíblia ensina que é impossível ter comunhão com Deus e com o mundo. A amizade de um constitui-se em inimizade do outro.
Diz a Bíblia que o pecado faz separação entre nós e o nosso Deus. Esta é uma situação aflitiva para a alma que foi criada para andar em harmonia com o Seu Criador. Mas, a boa notícia vem também da Bíblia: “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo mesmo o mundo, a humanidade, o homem”.
O apóstolo João escreve que “a nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo”. Já o apóstolo Paulo escreveu em I Co 12.12: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também”.
O resultado da nossa comunhão com Deus, por meio de Cristo, é a comunhão com os irmãos. A Palavra de Deus chama isso de “Comunhão do Espírito”, porque o Espírito Santo que nos une a Cristo também nos une aos demais membros do Corpo de Cristo, a Igreja.
A comunhão com Deus promove o amor entre os irmãos e a unidade da igreja, cujos membros têm em comum diversas atividades como a Ceia do Senhor, a obra do Evangelho, compartilhamento de bens materiais, enfim, os cuidados das coisas de Deus e também dos homens.
Temos então na Ceia do Senhor o símbolo de unidade. Na ceia reafirmamos que pertencemos ao Senhor e assim somos reconhecidos como membros uns dos outros. Neste processo cada crente é identificado com Cristo (Jo 6.51s).
De fato, onde há comunhão com Deus, haverá comunhão com os filhos dEle.
Nossas vidas precisam de duas coisas para poder crescer: comunhão com Deus e comunhão com os irmãos.
A existência, ou não, de comunhão com Deus é visível quando os filhos de Deus se reúnem. Se a comunhão existe haverá paz e alegria nos relacionamentos, liberdade e fervor nos cultos, cumplicidade na fraternidade, regozijo com a vitória do outro, lágrimas pelo choro do que sofre.
A ausência de comunhão se manifesta por meio de relacionamentos frios, falta de comprometimento e indiferença. O grande remédio para tantos males dos nossos dias está no zelo por uma vida de comunhão com Deus e com os nossos irmãos.
É interessante notar que o próprio Deus é uma comunidade: Pai, Filho e Espírito Santo. Cada uma das 3 pessoas comungando com as demais. Isso nos ensina que ninguém deve aceitar uma vida de isolamento. Salomão disse que “Aquele que se isola, busca os seus próprios interesses”.
Não somos uma ilha
O apóstolo Paulo afirmou: “Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão” (1 Cor 10.17).
Jesus sempre afirmou, que os discípulos deveriam ser um, assim com Ele era Um com o Pai. A Igreja precisa ser uma unidade.
A finalidade da Ceia do Senhor para nós, como corpo, é que nos lembremos sempre da morte de Cristo (I Co 11.24,25), não apenas uma lembrança histórica. Não podemos ir pelo mesmo caminho de Judas e Pilatos. Judas lembrou-se da sua morte e o traiu; pilatos lembrou-se da sua morte e o crucificou.
Essa lembrança deve ser uma lembrança cheia de alegria, porque através da ceia estamos participando e rememorando a nossa união com Ele, a nossa comunhão com Ele na Sua morte, e que através de Sua morte Ele nos deu vida, que através de Sua morte as nossas forças espirituais são renovadas.
O apóstolo Paulo diz que o pão partido e o cálice que bebemos revelam a participação, a “Koinonia” que temos do corpo e do sangue de Jesus. Quando participamos da Ceia, devemos ter em mente que sairemos renovados através do amor de Cristo por nós.
O resultado dessa participação é que Cristo e Seu povo se tomam um; todos nós em virtude desta união com Cristo, nos tornamos um corpo – “membros uns dos outros’, que Cristo e Seu povo são um, de tal modo que não são eles que vivem, mas Cristo vive neles (Gl 2.20); Cristo mora neles; Sua vida é a vida deles (Jo 14.19).
Para finalizar, devemos entender que a Ceia é um banquete que deve levar os membros da Igreja para a cruz, para o passado. A Bíblia diz que todas as vezes que comemos o pão e bebemos do cálice estamos anunciando a morte do Senhor.
Quero destacar três verdades importantes acerca da Ceia que precisamos entender:
Primeiro, a Ceia fala do grande amor de Jesus. Ele institui a Ceia na noite em que foi traído. Mesmo sendo traído, alvo da perseguição, da maldade, da crueldade mais extrema, Jesus demonstra seu amor mais profundo. Ao fazer uma entrega pessoal e sem reservas à morte para nos redimir do pecado.
A segunda coisa importante a destacar é que a Ceia não é um funeral - é uma festa. Jesus tomou o pão e deu graças ao Pai. Ele celebra, com ações de graças.
Jesus não foi para a cruz murmurando, lamentando ou esperneando, mas como ovelha muda vai para o matadouro. Jesus vai para a cruz como um rei caminha para a coroação.
Ele não levou em conta a vergonha da cruz por causa da alegria que lhe estava proposta. Alegria de nos comprar com o seu amor. A Ceia revela a alegria do Salvador de nos redimir do pecado.
A terceira verdade que precisamos entender é que Cristo morreu não apenas para possibilitar a nossa salvação, mas também para assumir a nossa culpa, por isso, morreu em nosso lugar.
O seu corpo foi dado a favor de nós. Ele verteu o seu sangue por nós. “O castigo que era para nós caiu sobre Ele”. Ele morreu a nossa morte. Ele carregou no seu corpo sobre o madeiro os nossos pecados. Ele foi transpassado pelas nossas iniqüidades, foi moído pelos nossos pecados. O castigo que nos trás a paz estava sobre Ele; e sobre as suas pisaduras nós fomos sarados.
De maneira que a pessoa por quem Cristo morreu, agora pode estar consciente do perdão e da redenção. Precisamos olhar para o passado para entender o que Cristo fez por nós lá na cruz. Jesus operou milagres e maravilhosos, ensinou verdades. No entanto Ele quer ser lembrado pela sua morte que trouxe vida eterna aos que crêem.
(Ministração da Ceia do Senhor culto domingo á noite, dia 29 de janeiro pelo Pr. Conde)

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