domingo, 29 de março de 2009

O SIGNIFICADO DA CAMINHADA CRISTÃ: A CRUZ!

Leiamos Romanos 7:14-25:"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado".
Nesta passagem está registrada uma profunda verdade que todo cristão deve aprender: em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum.
Este assunto é de difícil discernimento, contudo, ao ganharmos a revelação deste fato, começamos a contemplar um pouco do significado da caminhada cristã.
O Senhor Jesus falou certa feita: “Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5).
O projeto do Senhor para a nossa vida visa por um lado revelar quem nós somos, e por outro, mostrar quem Ele é.
Por desconhecermos esta verdade, o nosso viver diário é marcado por constantes fracassos. Estes fracassos ocorrem, principalmente por desconhecermos por completo quem somos.
O novo nascimento não implica simplesmente numa transformação de vida, mas numa real substituição de vida: a nossa pela de Cristo. Aquela roupagem velha pela nova, o homem velho pelo novo.
No livro de Gálatas 2:19b e 20 está escrito: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé do filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim”.
Na esfera da vida natural o viver cristão é impraticável. É loucura e perda de tempo o homem tentar imitar a Cristo.
O texto é claro: em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum. No entanto, mesmo a Bíblia nos ensinando este fato, continuamos gastando tempo e mais tempo tentando servir a Deus; tentando fazer a obra de Deus e imitar ao Senhor pela nossa própria carne.
É interessante observar que o apóstolo Paulo admitiu que nele havia um desejo de fazer o bem, contudo, foi categórico quando afirmou: “em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum”. Por mais que ele, mesmo regenerado, tentasse agradar a Deus com a sua vida natural, o resultado era sempre o mesmo: fracasso total.
Será que é diferente conosco? Buscar agradar a Deus na força da nossa carne é insensatez. Por que havia em Paulo este desejo de fazer o bem? De onde ele herdou este querer o bem?
No livro de Gênesis 2:16-17 encontramos a resposta: E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Observemos que a árvore proibida, da qual o cabeça federal da raça humana – Adão – tomou o fruto e se alimentou, chamava-se árvore do conhecimento do bem e do mal. Herdamos de nossos primeiros pais uma natureza caída e rebelde.
Contudo, precisamos lembrar que não só a maldade faz parte da constituição humana caída, existe uma bondade natural também. O velho homem é composto não só de incredulidade, maldade, corrupção, impureza, mentira, engano..., ele também se expressa muito bondoso, alegre, humilde, paciencioso, generoso, cavalheiro, religioso... .
Estas atitudes, por mais louváveis que sejam, partem da vida natural do homem, ou seja, é herança da árvore proibida. Na Cruz, o nosso velho homem foi crucificado com Cristo. O mal e o bem foram cravados em Cristo, em sua morte. Agora sabemos de onde Paulo herdou o querer o bem!
Jamais poderemos agradar a Deus com a nossa vida natural. Nada do que a carne possa produzir será aceito por Deus.
Voltando a Paulo, concluímos que, mesmo admitindo o seu desejo em fazer o bem, ele reconheceu que havia em seu íntimo uma inclinação natural para o mal. Daí o seu grande grito de desespero: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” Rm 7:24.
A resposta a este clamor vem em seguida: “Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor”. Rm 7:25a. É bom observar que, quem liberta é uma Pessoa e não um conjunto de ensinos religiosos. Somente Cristo pode viver a vida cristã em nós. É pura presunção tentar viver a vida cristã na força carnal.
O problema é que muitos crêem que são intrinsecamente bons ou morais. Pelo menos, dizem: não somos tão maus quanto os outros. Mas aqueles que foram chamados por Deus, sabem claramente que a suas justiças são abomináveis aos olhos celestiais.
O livro do profeta Isaías 64:6 diz: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapos de imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam...”
Muitos filhos de Deus pensam que podem servi-lo com as suas vidas naturais. São extremamente ativos, dedicados, zelosos e cheios de boa intenção, no entanto, o Senhor não pode aceitar nada de suas mãos, pois o que realizam são suas próprias obras, não as de Deus.
Está escrito em Efésios 2:10: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.
A vida natural é tremendamente forte em todos nós, por isso eu e você não estamos fora do tratamento da cruz. Da mesma forma em que Cristo teve que carregar a cruz, até mesmo ajudado por outra pessoa, assim nós também devemos carregar a nossa cruz, ajudando-nos uns aos outros no momento de dificuldade. Mas aí, infelizmente, tem uns que não aceitam ser ajudados, acham que não precisam do outro.
Qual é o único lugar existente neste universo capaz de lidar com o nosso ego? A cruz. Deus não está interessado no quanto podemos produzir para Ele, Ele quer contemplar o seu Filho bendito em cada regenerado, dentro de cada um de nós.
Recentemente aprendi algo muito precioso. Há quatro tipos de relações entre uma pessoa e Cristo:
A primeira diz: “Tudo eu e nada de Cristo”.
A segunda diz: “Eu e Cristo”.
A terceira diz: “Cristo e eu”.
A quarta diz: “Não eu, mas Cristo”.
É exatamente esta última que apresenta a expressão genuína do Cristianismo. O apóstolo Paulo afirmou: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo” (Fp 1:21ª).
Paulo não está dizendo aqui que ele tem como alvo o ser igual a Cristo. Ele também não diz que Cristo é o seu padrão maior de imitação. Ele simplesmente afirma: Para mim, o viver é Cristo.
Em outras palavras, Paulo está afirmando que Cristo é a única razão do seu viver. Se não podemos dizer: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”, não sabemos nada sobre o Cristianismo.
Irmãos, Deus não está interessado no melhor que cada regenerado pode oferecer a Ele, o seu desejo é que o seu Filho cresça e nós diminuamos. Crescimento espiritual é o acréscimo de Cristo e o decréscimo de cada um de nós. O Pai celestial busca uma única coisa nos seus santos: Contemplar o seu Filho amado.
O livro de Colossenses 3:11 aponta: “No qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém Cristo é tudo em todos”.
Ninguém que se encontra cativo pelo seu próprio ego pode ser usado por Deus. Os que vivem centrados em seu próprio “eu” se encastelam em suas próprias justiças, se exaltando quando conseguem algum sucesso, ou buscando um culpado quando os fracassos batem em suas portas. Somente a operação da cruz pode tratar deste maldito ego dominador. Por sermos tão amantes de nós mesmos, Deus precisa ordenar circunstâncias especiais para tratar com o nosso eu.
Diz a pessoa ao seu lado: “Deus sabe como lidar conosco”.
O princípio da cruz não é um assunto temporal, ele atravessa o véu do tempo e repousa na eternidade. A cruz é o único meio pelo qual o homem pode encontrar a libertação do seu pecado, do mundo, do diabo, da carne e do “eu”. Precisamos da graça para compreender que a cruz é um principio que governa a Trindade.
Necessitamos de revelação para vermos que a Igreja só pode se expressar como uma realidade espiritual, se a operação da cruz for um fato real no viver de cada santo.
O texto de 2 Coríntios 4:10 diz: “Levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo”.
Que se frise bem: à parte da operação da cruz, é impossível tocarmos a realidade espiritual do Corpo de Cristo. Cada regenerado foi chamado para viver para uma única Pessoa. A Igreja, o Corpo de Cristo, também tem um único chamado: viver exclusivamente para agradar ao seu Senhor.
O texto de 2 Coríntios 5:14-15 revela: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: se um morreu por todos; logo, todos morreram. E Ele morreu por todos, para os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.
Cristianismo é poder afirmar com convicção: “Não eu, mas Cristo vive em mim”.
A melhor coisa a se fazer é: "jogar a toalha", ou seja, render-se completamente, desistir de nós mesmos. Permita que o Espírito Santo aplique profundamente a cruz em sua vida. O tratamento da cruz é doloroso, porque ele toca no âmago do nosso ser, e mexe com as nossas estruturas, com todas aquelas coisas, que por nós mesmos, jamais tocaríamos. Só seremos transformados à imagem do Filho de Deus na medida em que a cruz realizar a sua obra em nós.
Para sermos bênçãos na vida de outros, a cruz é um principio insubstituível.
(Mensagem ministrada no culto de domingo à noite, do dia 29/03/2009)

Nenhum comentário:

LinkWithin

"Poderá gostar de:" Related Posts with Thumbnails