segunda-feira, 12 de outubro de 2009

POR QUÊ VOCÊ CELEBRA A CEIA DO SENHOR? (I Co 11.23-29)

Estamos vivendo tempos em que os crentes ainda não descobriram qual é a sua verdadeira missão. Membros que não se importam com os acontecimentos de sua igreja, nem tão pouco com a obra do Senhor, e líderes que se esquecem ou passam-se despercebidos do grande compromisso que tem.
Fico a me perguntar como será a igreja do século vinte e dois, vinte cinco e daí por diante...
Como descobriremos nossa missão se estamos omitindo os verdadeiros ensinamentos bíblicos?
Caim omitiu do seu irmão Abel uma grande oportunidade de viver; Davi omitiu a Urias o direito de ter uma família; Judas omitiu de si mesmo a oportunidade de ser uma testemunha do arrependimento e ter uma eternidade no gozo do seu Senhor.
É isso que o apóstolo quis dizer à Igreja de Corinto, de não serem omissos à Mesa do Senhor!
Na igreja apostólica, a celebração da Ceia do Senhor era dominical. Era parte da festa do ágape (festa do amor fraternal), quando se reuniam todos na igreja para uma refeição comunitária e litúrgica. Cada família levava de casa a sua bebida e a sua comida. A última parte desta festa era a participação na Ceia do Senhor.
Era assim na igreja em Corinto. A beleza da festa, no entanto, estava manchada por alguns que não entendiam a natureza da igreja, o "corpo do Senhor" (v. 29).
Alguns havia que levavam de casa e guardavam sua comida, omitiam a sua comida não a distribuindo entre os outros, mesmo que estes não tivessem o que levar. O apóstolo Paulo adverte aos egoístas, que não estavam discernindo (entendendo) o corpo do Senhor, pelo que toda a sua participação redundava em condenação para si mesmos.
Era preciso, portanto, que cada um examinasse o seu comportamento e, se estivesse no erro, arrependesse-se, confessasse-se e então participasse da segunda parte da festa (a Ceia, propriamente dita).
Era comum que durante a primeira parte da festa as pessoas bebessem o vinho que tinham levado. Alguns bebiam até ficar embriagados. Esses não entendiam a natureza da vida cristã, que consiste na moderação.
Como poderiam participar bêbados da Ceia do Senhor? Por isso o apóstolo Paulo exortou que cada um examinasse o seu comportamento e, se estivesse no erro, arrependesse-se, confessasse-se e então participasse da Ceia memória de Jesus Cristo.
Estes erros, pelas características da Ceia moderna, não são os nossos. No entanto, a advertência de Paulo se aplica inteiramente a nós: não devemos participar de modo indigno da Ceia do Senhor.
Este memorial pede, pois, de nós uma reflexão acerca do modo como nos apresentamos hoje diante de Deus. Não devemos ser omissos.
Quando não somos omissos à Ceia do Senhor devemos celebrá-la para satisfazer duas necessidades espirituais, e para entendermos porquê celebramos a Ceia do Senhor:
1. Para confessar a Ele os nossos pecados.
Receber o cálice é fazer parte da nova aliança feita com sangue, que garante o perdão dos pecados e escreve a lei de Deus em nossos corações.
Viver essa verdade representa declararmos com a nossa boca e a nossa vida, que por meio desse sacrifício nos apoderamos de todos os benefícios da redenção total que Cristo nos deu; perdão, integridade, força, saúde e uma suficiência dependente do céu.
2. Para agradecer a Ele o que fez e faz por nós.
Celebramos a Ceia do Senhor para reviver o poder do Seu amor, da Sua Graça.
Quando Jesus celebrou a ceia, Ele deu graças (v. 24a). Jesus deu graças porque ia morrer na cruz dentro de pouco tempo.
Nossa gratidão decorre da cruz de Cristo, pela vida que trouxe e traz a nós.
Por isso precisamos celebrar e dar graças a Deus em todo tempo! Damos graças porque vamos viver. Damos graças porque estamos livres diante da culpa. Damos graças porque fomos feitos irmãos de Jesus.
Damos graças porque somos feitos irmãos uns dos outros, co-irmãos de todos quantos aceitam o sacrifício de Jesus na cruz. Damos graças porque temos livre e direto acesso ao coração do Pai.
Por isto, podemos dar glórias a Deus por Suas bênçãos sem fim para conosco. Podemos dar glórias a Deus porque temos o que agradecer: a salvação mas também a presença dEle conosco.
Diz a pessoa ao seu lado: A Ceia do Senhor é um memorial da Graça
Não recebemos graça ao partilhar do cálice, apenas ao tomá-lo, pois recordamos que fomos alcançados pela Graça de Deus.
O cálice nos recorda que somos salvos não mais pelas obras, mas pela fé. O cálice nos recorda que, em lugar do esforço próprio, podemos descansar nos braços dAquele que morreu por nós.
O cálice nos recorda que, em lugar da justiça para conosco, Deus nos justifica, não mais como conseqüência de nossas tentativas, mas como resultado de sua iniciativa.
Estamos longe de entender o que é a Graça. Nossa finitude não alcança a infinitude do Gracioso Deus. Nosso legalismo nos impede de fruir o dom que não espera nada em troca, porque nós não conseguimos pensar e viver se não na lógica da retribuição.
A graça do cálice é ver simbolicamente este sangue que foi derramado por nós, Jesus Cristo, que não espera que nós ofereçamos uma justa retribuição pelo sacrifício.
A graça do cálice é ver nele um convite, convite à aceitação deste sangue e sacrifício por nós.
Por isso, omitir de nós mesmos nossa missão é retirar a esperança de milhares que estão na omissão de uma oportunidade de conhecer o Caminho, que é Jesus Cristo.
A participação na Ceia do Senhor não deve ser uma omissão, mas um momento para recordar que somos responsáveis pelo futuro a ser construído. Devemos anunciar sua morte até que Ele venha. Até que Ele venha é nosso compromisso falar de sua morte, para que nossos ouvintes tenham vida.
A Ceia é, pois, um convite, convite a que celebremos sempre, enquanto estivermos vivos ou enquanto o Celebrado não voltar. E quando Ele voltar, Ele vai levar aqueles que viveram celebrando a sua morte e a sua volta.
Como está o seu comportamento? Já se examinou para participar da Mesa do Senhor, da Ceia do Senhor?
Esse é o momento, examine-se pois a si mesmo!
(Mensagem ministrada no culto de domingo à noite - 11/10/2009)

Um comentário:

Observatório Teológico disse...

Meu caro pastor Junior, um prazer encontrar um blog como o seu. De fato, devemos ter em alta consideração as ordenanças do Senhor instituídas por Ele mesmo na Igreja. No tocante à Ceia, lamentavelmente congrego em uma igreja onde é permitido pelo pastor que todos que estejam no culto possam participar, crentes e incrédulos. Não concordo com isso, apenas tolero o fato não vejo base nenhuma para que se compartilhe a Ceia do Senhor com alguém que ainda não conhece a Jesus Cristo por conseguinte ainda não tenha se batizado. Ele alega que quando pertencia a outra denominação, cansou de ver pessoas não-crentes retirando-se tristes porque a elas não foi permitido que participassem daquele momento. Mas, se for permitido, a meu ver, acabam-se as distinções entre discípulos e não-discípulos e vulgariza algo que tem em si um significado tão profundo para quem já serve ao Senhor. Que Deus o abençoe e lhe convido para que conheça nossos blogs: 1) Observatório Teológico - www.observateologia.blogspot.com e 2) Blog do Discípulo - www.creioeunabiblia.blogspot.com Tenha uma boa semana na presença de Deus.

Cicero Ramos

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