segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Drácmas perdidas em casa (Lc 15.3,8,9)

Ao lermos o texto parece-nos que ele nada tem a ver com família e nem tem recado algum para ela.
Mas, olhando detalhadamente para o texto vemos que Jesus usa a figura de uma mulher que, tendo dez moedas, perde uma dentro de casa e, então, passa a procurá-la, varrendo, tirando os móveis do lugar, mexendo em tudo e em toda a casa em busca dela. Só pára quando a encontra.
E ao encontrá-la faz uma grande festa. Reúne as amigas e vizinhas dizendo: “alegrai-vos comigo”.
A alegria dessa mulher era uma alegria contagiosa, era uma alegria notória, uma alegria real. É uma alegria de sonhos restaurados, alegria que se opõe ao caos, à dor, ao alvoroço criado pela tragédia... É uma alegria que se opõe à angústia, que empurra o desespero para longe, que expulsa as lágrimas e toda situação de morte.
Diante de situações de crises e confusões que cada um de nós passamos, eu te pergunto: Você tem tido alegria em sua casa?
Precisamos muito da alegria em casa porque quando ela ali existe, saímos em paz para o trabalho, para a escola, para a igreja, para onde formos. Trabalhamos melhor e produzimos mais, quando a casa vai bem.
Quando nada vai bem em casa, o trabalho parece que não rende... No estudo não é diferente: muitos vão mal na escola porque estão mal em casa. Geralmente, os péssimos alunos são de famílias destruídas ou em decomposição...
Assim, para gozarmos dessa alegria no convívio familiar precisamos, em primeiro lugar, nos conscientizarmos sobre quais as drácmas (valores) que desapareceram na família, que sumiram dentro de casa, e em segundo lugar saber como reencontrar essas dracmas, esse valores perdidos dentro de nossas casas.
Pergunte a pessoa ao lado: Qual a dracma que você perdeu em sua casa? FOI A DRÁCMA DO RESPEITO?
O que é respeitar? Respeitar é considerar o valor, o direito e os gostos do outro. É tratar as pessoas da casa com dignidade, é dar importância a elas.
Quem respeita ouve com atenção e participa dos sonhos do outro.
Muitos vivem pensando em si mesmos, sua opinião é superior a qualquer preço, querem ser felizes, o resto não importa.
FOI A DRÁCMA DO CARINHO?
Carinho é uma manifestação bonita do amor verdadeiro, do mesmo modo que o respeito. O respeito do marido pela esposa (e vice-versa), o carinho do esposo para esposa, que desemboca no beijo, no abraço gostoso, no cafuné... Carinho de cônjuges que ainda trocam elogios, que priorizam um ao outro, que sentem prazer quando estão pertos.
É o carinho de pai e filho, de filho para pai, que andam sempre juntos, que desenvolvem um diálogo amigo. Quantos estão buscando carinho na rua porque não encontram em casa, porque os pais não tem tido tempo de qualidade dedicado aos filhos...
FOI A DRACMA DO DIÁLOGO?
Temos grandes segredos na alma que as outras pessoas jamais imaginam. Assim como a rocha de gelo que afundou o Titanic, muitos membros da família estão correndo risco de formação de rochas submersas no interior...
Uma hora, essas montanhas irão flutuar no mar da vida e rachar o casco da casa. Desenvolva o diálogo na família. Saiba ouvir e também saiba falar.
FOI A DRACMA DO PERDÃO?
A era dos descartáveis tem afetado os relacionamentos. Deu defeito, joga fora.
A abertura para o acerto não existe mais, desapareceu a perspectiva do recomeço, do andar a outra milha.
Não estamos falando de perdão poético, aquele que se dá com recomendações: eu perdôo, mas... Estamos falando do perdão que gera esquecimento e investimento! Assim como Cristo nos perdoou, e investiu em nós!
FOI A DRACMA DA ORAÇÃO?
A vida religiosa de muitos se resume apenas em ir à igreja, mas em casa, nada! Não há mais vida de oração e leitura bíblica no lar. O temor e zelo para com o Reino de Deus tem sido escasso.
Hoje quando projetam-se as casas, é comum reservarem um cômodo maior para a televisão – aquela a quem se dedica maior tempo e atenção. E nos esquecemos de reservarmos uma sala de oração e culto no lar.
Poderíamos listar muitas coisas que temos perdido em casa, a lista é extensa... Mas, o mais importante nisso não é ficar resmungando o que se perdeu, e sim saber como reencontrar essas dracmas, esse valores perdidos dentro de nossas casas...
No texto, encontramos atitudes sábias da mulher que perdeu a drácma. Atitudes que, se imitadas, nos ajudam a restaurar os valores que estão desaparecendo em nossos lares.
1ª ATITUDE: DECIDA SER O HEROI DE SUA CASA.
... porque achei a dracma que eu tinha perdido”. Os verbos usados aqui estão na 1ª pessoa: “eu achei”, “eu tinha perdido”.
Foi ela quem procurou, foi ela quem achou e não as vizinhas, ou o pedreiro que construiu a casa, ou outra pessoa qualquer...
Não justifique a crise no seu lar condenando os outros. Você acha que alguma coisa precisa ser restaurada em seu lar?
Decida então você ser usado por Deus, para essa missão. Você homem, exerça o sacerdócio na sua casa, e você mulher, exerça com sabedoria na edificação das coisas práticas do lar. Decida pela sua própria mudança, visando a restauração do seu lar.
2ª ATITUDE: VALORIZE OS PEQUENOS DETALHES
A mulher tinha dez drácmas, perdeu apenas uma, ficou com nove, com a maioria, mas antes de perder uma segunda, ou a terceira, parou para correr atrás do prejuízo, ainda que pequeno. Não esperou piorar.
Lembre-se, o cupim é um pequeno inseto, mas aos poucos corroem a estrutura de um grande armário.
3ª ATITUDE NÃO ACEITE O CAOS COMO NATURAL
Diz o texto que a mulher procurou, isto é, ela não se assentou na cadeira da comodidade dizendo: “a vida é assim mesmo! É comum perder uma moeda tão pequena. Deixa pra lá!”
Ela reagiu, se esquentou, foi atrás. Ela procurou. Quantos se assentam na cadeira da comodidade, acham que o mundo é assim mesmo, não tem como melhorar... Decida agora mesmo procurar um meio de salvar ou melhorar o seu lar.
4ª ATITUDE: HUMILHE-SE PARA FAZER MUDANÇAS
A mulher para achar a drácma apanhou a vassoura e varreu a casa, removeu a poeira, fez uma grande faxina. Para varrer até encontrá-la teve que remover tapete e até trocar móveis de lugar. Varrer incomoda porque mexe com o que já se assentou. Isto exige humildade.
É preciso varrer o tempo para dar mais tempo à família, varrer a arrogância, para ter mais espaço e servir aos membros do lar, varrer a mente, o coração, isto é, santificar-se mais. Santidade quer dizer pureza.
Em João 16:8 a Bíblia nos diz que o Espírito Santo nos convence do pecado.
Ele irá revelar os cantos que precisam ser varridos dentro de sua casa, para encontrar valores perdidos.
5ª ATITUDE: SEJA DILIGENTE
Seja obcecado por este propósito. É forte a expressão: “até encontrá-la”. Ela só parou de procurar quando encontrou.
Há os que procuram os valores perdidos dentro do lar como meninos mal mandados: dá só uma olhada por cima e diz que “não adianta, que não encontrou”. Procuram com tanta má vontade, com preguiça que, mesmo estando próximo, não o encontram.
Coloque a restauração de seu lar como um ideal de vida. Não desista fácil, vá em frente, continue procurando um método, um meio, uma bênção para o seu lar, para ele voltar a ser o que era.
6ª ATITUDE: ACENDA A CANDEIA
Esta é a decisão mais importante. Foi a primeira coisa que ela fez: acendeu a lamparina. No escuro ficaria difícil procurar.
Talvez você não tem achado nada de valor na sua casa, porque falta acender a luz. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8:12).
O envolvimento sério com Jesus muda a nossa história, nossa vida, nossa casa, e é isso que fará com que encontremos as drácmas perdidas. Tem pessoas sofrendo porque perderam drácmas em casa e, sofrem mais porque estão procurando e não acham, estão cansadas, desesperadas e desanimadas. O que falta? Falta acender a luz!
Quero concluir fazendo um desafio a você que está aqui nesta noite, homem ou mulher, a recuperar os valores dentro de sua casa. Aquela mulher não só acendeu a candeia como também pegou uma vassoura e começou a fazer uma limpeza geral. A luz da candeia lhe servia para ver onde tinha sujeira e ela foi varrendo.
E ela começou a varrer, e foi colocando prá fora todo o rancor, toda a raiva, todo o ódio, todo o relaxo, toda a negligencia, toda a novela, todo o baralho, todo o futebol, toda a preguiça de orar, toda a preguiça de ler a Bíblia, toda a preguiça de ir à igreja, toda a indiferença com o irmão, com o pastor, com os diáconos da igreja, todo olhar duvidoso, carnal, toda a cobiça no escritório, na escola, na rua, toda a piada suja, conversas maliciosas.
Precisamos começar a acender uma candeia dentro de casa e a procurar diligentemente o que perdemos.
Devemos resgatar as “dracmas perdidas” nos nossos relacionamentos familiares. Precisamos reconhecer que temos ultrajados uns aos outros dentro do lar. Temos feito coisas que têm ferido, desonrado, desestimulado nossos cônjuges e filhos. Somente com a consciência de acender a candeia é que poderemos reavê-las.
E se você, nesta noite, quiser imitar as mesmas atitudes que aquela mulher teve ao reaver as dracmas perdidas, atitudes de ser o herói de sua casa, de valorizar os pequenos detalhes, de não aceitar o caos como natural, de se humilhar na presença de Deus para mudar, de ser diligente – esforçado, e acima de tudo acender a candeia a partir de agora em teu coração, em teu lar, na tua vida, venha aqui à frente...
Você marido, esposa, filhos, anciãos, viúvos, enfim, todos que aqui estão, venham à frente e iremos orar por vocês. Aquela mulher teve uma alegria na alma, quando encontrou a dracma perdida. É isso que o Senhor quer fazer na sua vida e na vida de sua família: quer transbordar a sua casa com a alegria que é dEle.
Abra o coração e deixe Cristo entrar e, você terá luz para achar a sua drácma perdida.
(Mensagem ministrada pelo Pr. Junior Conde no culto de Domingo à noite, dia 20/12, na Igreja Batista Calvário - Itaobim/MG)

Nenhum comentário:

LinkWithin

"Poderá gostar de:" Related Posts with Thumbnails