segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O MAIOR INIMIGO DO CRISTÃO: A FRIEZA ESPIRITUAL! (AP 3.1-6)

A história da igreja de Sardes tem muito a ver com a história da cidade de Sardes. A glória de Sardes estava no seu passado. Sardes foi a capital da Lídia no século VII a.C., viveu seu tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades mais magníficas do mundo nesse tempo.
Situada no alto de uma colina, amuralhada e fortificada, Sardes sentia-se imbatível e inexpugnável. Seus soldados e habitantes pensavam que jamais cairiam nas mãos dos inimigos. De fato a cidade jamais fora derrotada por um confronto direto. Seus habitantes eram orgulhosos, arrogantes, e auto-confiantes.
Mas a cidade orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em 529 a.C., quando este cercou a cidade por 14 dias, e quando seus soldados estavam dormindo, ele penetrou com seus soldados por um buraco na muralha, o único lugar vulnerável, e dominou a cidade.
Mais tarde, em 218 a.c., Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma forma. E isso por causa da auto-confiança e falta de vigilância dos seus habitantes. Os membros dessa igreja entenderam claramente o que Jesus estava dizendo, quando afirmou: “Sede vigilantes… senão virei como ladrão de noite”.
Sardes foi reconstruída no período de Alexandre Magno e dedicada à deusa Cibele. Acreditava-se que esta divindade tinha o poder especial de restaurar vida aos mortos. E neste período, a Igreja estava morrendo espiritualmente e só Jesus poderia dar vida aos crentes.
No ano 17 d.C. Sardes foi parcialmente destruída por um terremoto e reconstruída pelo imperador Tibério. A cidade tornou-se famosa pelo alto grau de imoralidade que a invadiu e a decadência que a dominou.
Quando o apóstolo João escreveu esta carta, Sardes era uma cidade rica, mas totalmente degenerada. Sua glória estava no passado e seus habitantes entregavam-se agora aos encantos de uma vida de luxúria e prazer.
A igreja tornou-se como a cidade. O contexto, o meio, o ambiente começou a influenciar Sardes. A igreja em Sardes em vez de influenciar, foi influenciada. Era como sal sem sabor ou uma candeia escondida. Somos usados por Deus para influenciar, para transformar.
É nesse contexto que vemos Jesus enviando esta carta à igreja:
Sardes era uma poderosa igreja, dona de um grande nome. Uma igreja que tinha nome e fama, mas não vida. Tinha performance, mas não integridade. Tinha obras, mas não dignidade.
A esta igreja Jesus envia uma mensagem revelando a necessidade imperativa de um poderoso reavivamento. A fraqueza espiritual e o desanimo no coração dos crentes substituía a ação intensa do Espírito Santo naquela igreja. A igreja estava caindo numa sonolência espiritual e precisava de renovação.
O primeiro passo para a renovação é quando temos a consciência de que há crentes mortos e outros dormindo que precisam ser despertados. O estado espiritual de muitos cristãos que vivem hoje, não é diferente da condição espiritual dos crentes de Sardes. Ao sermos confrontados por aquele que anda no meio dos candeeiros, precisamos também tomar conhecimento da nossa necessidade de reavivamento hoje.
Precisamos entender que a busca do avivamento deve ser para nós um caminho sem volta. Não podemos parar. É preciso avançar, é preciso orar como Elias até ver no céu a nuvem da promessa, e até escutar o ruído das grandes chuvas. Precisamos orar com determinação até que Deus rasgue o céu e desça sobre nós e nos inflame como o fogo em gravetos secos. Não podemos desanimar com as oposições, com as barreiras da incredulidade ou com os dardos inflamados do maligno.
Não há avivamento sem preço, não há busca sem oposição, não há batalha espiritual sem a fúria do inimigo, não há parto sem dor, ou não há colheita jubilosa sem a semeadura regada de lágrimas. É preciso coragem para prosseguir, é preciso fé para não voltar atrás, é preciso determinação para termos uma vida reavivada.
Quando há uma grande necessidade de renovação?
Existe necessidade de renovação, quando há pessoas que estão na igreja, porém vivendo esgotadas espiritualmente e dominadas pelo desanimo. Veja o que diz Jesus a esta igreja: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.”
A igreja de Sardes vivia de aparências – As palavras de Jesus à igreja foram mais bombásticas do que o terremoto que destruiu a cidade no ano 17 d.C. A igreja tinha adquirido um nome. A igreja gozava de grande reputação na cidade.
Nenhuma falsa doutrina estava prosperando na comunidade. Não se ouve de balaamitas, nem dos nicolaítas, nem mesmo dos falsos ensinos de Jezabel. Aos olhos dos observadores parecia ser uma igreja viva e dinâmica. Tudo na igreja sugeria vida e vigor, mas a igreja estava morta. Era uma igreja apenas de rótulo, de aparência.
A maior estratégia do Diabo, nestes dias, é fazer com que as pessoas vivam de aparências. Muitos nos dias de hoje aparentam estar bem, mas não estão. Necessitam de socorro, de ajuda e auxilio de Deus.
A igreja de Sardes parecia mais um cemitério espiritual do que um jardim cheio de vida.
Quando Jesus examinou a igreja mais profundamente disse: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” A igreja de Sardes tinha fama, mas não vida, tinha pompa, mas não Pentecostes, tinha exuberância de vida diante dos homens, mas estava morta diante de Deus.
Deus não vê como vê o homem. A fama diante dos homens nem sempre é glória diante de Deus. Precisamos buscar a glória de Deus, porque é ela que nos aviva e anima todos os dias.
Muitos crentes em Sardes viviam um faz-de-conta da religião - Cantavam hinos de adoração, mas a mente estava longe de Deus. Isso nos faz lembrar quando o povo na época de Isaías comparecia ao templo, mas Deus estava cansado de suas cerimônias pomposas sem o acompanhamento da vida santa. Ananias e Safira ofertavam mais para a promoção de seus próprios nomes.
Em Sardes os crentes eram falsamente satisfeitos e confiantes; eram falsamente ativos, falsamente devotos e falsamente fiéis.
O que precisamos fazer para ter uma renovação?
1. Necessitamos de uma volta urgente à Palavra de Deus
No verso 3 Jesus declara: “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te.”
Na Igreja de Sardes as pessoas recebiam a palavra. Mas, muitos cristãos tinham se afastado da palavra. Uma renovação em nossas vidas é resultado dessa lembrança dos tempos do primeiro amor e dessa volta à Palavra.
Avivamento não pode ser confundido com liturgia animada, com culto festivo, inovações litúrgicas, obras abundantes, dons carismáticos, milagres extraordinários. Essas coisas podem até ser consequência de um reavivamento.
O verdadeiro avivamento é fundamentado na Palavra, orientado e conduzido nela - Ele tem na Bíblia a sua base, sua fonte, sua motivação, seu limite e seus propósitos.
2. Para termos renovação, necessitamos de uma volta à vigilância espiritual
Jesus diz aos cristãos de Sardes: “Se vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.”
Sardes caiu porque não vigiou – A cidade de Sardes fora invadida e dominada duas vezes porque se sentia muito segura e não vigiou. Jesus alerta a igreja que se ela não vigiar, se ela não acordar, ele virá a ela como o ladrão de noite, inesperadamente. Para aqueles que pensam que estão salvos mas ainda não se converteram, aquele dia será dia de trevas e não de luz (Mt 7:21-23).
A igreja precisa estar vigilante contra as ciladas de Satanás, contra a tentação do pecado – Fuja de lugares, situações, pessoas. Cuidado com a vaidade do mundo. Alguns membros da igreja em Sardes estavam sonolentos. E Jesus os exorta a se levantarem desse sono letárgico (Ef 5:14).
Há crentes que estão dormindo espiritualmente. São acomodados, indiferentes às coisas de Deus. Não têm apetite espiritual. Não vibram com as coisas celestiais. Precisamos vigiar e orar irmãos. Os tempos são maus, as pressões são muitas, os perigos são sutis. O diabo não atacou a igreja de Sardes com perseguição nem com heresia, mas minou a igreja com o mundanismo. Os crentes não estão sendo mortos pela espada do mundo, mas pela amizade com o mundo.
A igreja de Sardes não era uma igreja herética e apóstata. Não havia heresias nem falsos mestres na igreja. A igreja não sofria perseguição, não era perturbada por heresias. O maior inimigo daqueles cristãos, naquele momento estava dentro deles: a frieza espiritual.
Portanto, apesar das dificuldades existentes na Igreja de Sardes, duas coisas nos chama a atenção nesta carta em relação à preocupação de Jesus à sua Igreja:
1. Jesus conhece a sua Igreja
No verso 1 o Senhor diz: “…Conheço as tuas obras.”
Jesus conhece as obras da igreja. Ele conhece a nossa vida, conhece o nosso passado, conhece os nossos atos, as nossas motivações. Seus olhos são como chama de fogo. Ele vê tudo e a tudo sonda.
Jesus conhece cada membro da Igreja Batista Beth-Shalom. Ele Sabe quem somos, como estamos e do que precisamos. Aquele que conhece intimamente a cada um de nós é também aquele que sabe nos ajudar.
2. Jesus é o dono da igreja
Ainda no verso 1 o Senhor diz: : “….aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas”. Jesus é o dono da igreja. As estrelas estão nas mãos de Jesus. É Ele quem controla a igreja e seus pastores. É Ele quem tem autoridade e poder para restaurar a sua igreja.
Foi Ele quem disse que as portas do inferno não prevaleceriam contra a sua igreja. É Ele quem pode levantar a igreja das cinzas. É Ele quem tem tudo em suas mãos.
Cristo é o dono da igreja. É Ele quem tem cuidado da igreja. Ele a exorta, consola, cura e restaura. É Ele quem pode renovar cada um de nós por meio de seu Espírito.
Precisamos ser crentes cheios do Espírito de Cristo. Uma coisa é possuir o Espírito Santo, outra é ser possuído por ele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é ser cheio do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é ter o Espírito presidente em nós.
Essa noite é uma noite de conserto, noite de renovo espiritual.
Você, que entendeu essa mensagem nesta noite, e sabe que está precisando voltar ao primeiro amor, voltar às primeiras obras, arrepender-se, venha aqui à frente e humilhe-se diante do Senhor.
Eu já estou aqui e, mais do que vocês, preciso disso também para a minha vida e ministério.
(Mensagem ministrada domingo à noite, dia 25 de Setembro, pelo Pr. Conde)

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